Fico aqui, observando o rio, vendo os peixes passearem pela correnteza, nadando para lá e para cá. O tempo está favorável, o clima está quente, excelente para nadar, o céu está lindo, pássaros sobrevoam as árvores. Venta um pouco, uma brisa, na verdade, de leve, balançando as folhas para lá e para cá. E eu aqui, admirando este belo cenário, esperando... mas não chega, a pessoa não chega.
Meu coração se aflige com a demora, e começo a achar que nunca vai chegar. Por essa pessoa, eu esperaria a vida inteira, não, toda a eternidade, só para me encontrar. É a correspondência do meu amor. Mas por que não chega? Por que começo a duvidar?
Começo a ficar impaciente com os peixes e com os pássaros, todos juntos e eu esperando. Olho para céu, batendo meus pés descalços na água. Que sensação boa, reconfortante e refrescante! Fecho os olhos e acabo adormecendo com o som de fundo da natureza.
Acordo assustado, olhando para os lados e limpando a baba dos beiços. Olho para um lado e para o outro e percebo que continuo a esperar pela chegada. Mas nunca chega...
É, nunca chega! E eu cansei de esperar. Calcei meus sapatos, levantei e comecei a caminhar pela beira do rio, seguindo seu fluxo. Ri de mim mesmo.
Peguei minhas coisas e fui para casa, tenho muitas coisas à fazer. Me amar é uma delas. Em vez de ficar esperando... esperando... esperando o que mesmo?
"Sabe, a correnteza leva tudo que está com ela. Não espera coisa alguma, nem ninguém. Faz por si só, sempre presente e sempre em alguma direção. Você é feito de 70% de água, por que fica parado então?"